Florence + The Machine está de volta com o 5º álbum de originais, Dance Fever, editado hoje, 13 de março, pela Polydor/Universal Music.

Com três singles de avanço, “King“, “Heaven is Here” e “Free“, Dance Fever é o sucessor de High as Hope (2018) e o primeiro álbum do grupo em 4 anos. Descrito como “um conto de fadas em 14 canções” por Florence Welch, o disco foi produzido pela própria em parceria com Jack Antonoff e Dave Bayley. Inspirado pela choreomania, “um fenômeno da Renascença em que grupos de pessoas dançavam de forma selvagem até chegarem ao ponto de exaustão, colapso e morte”, o novo trabalho de Welch invoca tudo aquilo que mais sentiu (e sentimos) falta durante o lockdown: nightclubs, dançar em festivais, estar no centro do turbilhão do movimento e o estar entre os nossos.

A pandemia é também ela uma constante nas músicas de Dance Fever. Welch canta sobre os amigos ficarem doentes, a alegria e futilidade do mundano, sobre ansiedade e libertação, onde encontrou também inspiração no folk, dance, os discos de Iggy Pop dos anos 70, Nick Cave, Emmylou Harris, ou em filmes de terror folclóricos como “The Wicker Man“, “The Witch” e “Midsommar” para as suas letras.

King florence the machine
“King”, Florence + The Machine

“King”, a canção de abertura e o primeiro single do disco explora as discrepâncias entre os homens e as mulheres durante a maternidade: “Ser artista e querer ter uma família pode não ser assim tão simples para mim como é para os artistas masculinos. Eu formatei-me quase exclusivamente por artistas masculinos e, pela primeira vez, senti um muro cair entre mim e os meus ídolos, pois tenho que tomar decisões que eles não tomaram.”

Dance Fever pode muito bem ser o trabalho mais extasiante do grupo até agora. Basta pôr “Free” a tocar para entender a exaltação do sentimento de liberdade que Welch vive após livrar-se da ansiedade (retratada pelo ator Bill Nighy) que a controla. “But I hear the music, I feel the beat, And for a moment, when I’m dancing, I am free”, canta. Em “Choreomania”, usa a dança como catarse numa alusão às “pragas dançantes” que varreram a Europa durante o Renascimento e que inspiram o álbum.

Enquanto que “Heaven Is Here” é uma explosão de hedonismo folclórico celta, é em “My Love” que encontramos a vontade de dançar, ainda que tenhamos à flor da pele o sentimento de vazio dos meados do ano 2020: “There is nothing to describe/Except the moon still bright against the worrying sky,” acrescentando ainda “All my friends are getting ill.” Se a pandemia trouxe tantos sentimentos negativos, é num grito de revolta que exige saber onde colocar o seu amor. E são estas questões para as quais procura resposta ao longo do álbum, que Florence Welch alimenta a sua habilidade de as superar.

No dia 7 de julho, Florence + The Machine sobe ao Palco NOS na 14ª edição do NOS Alive para um regresso há muito esperado no Passeio Marítimo de Algés. Os bilhetes estão disponíveis aqui.

 

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